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17 de mar. de 2010

A Dança na Música Árabe

A Dança Oriental, Raks El Sharki ou mesmo Dança do Ventre como é mais conhecida aqui no Brasil é uma dança fascinante, não só pelos movimentos complexos que exigem bastante consciência corporal e treino mas também pela sua integridade com a música.

Na filosofia oriental, dança e música é uma coisa só, não existe no universo música sem dança e vice e versa. Na música árabe os instrumentos tocam uma melodia em uníssono e a dança é mais um elemento que integra ao todo formando uma única arte.

Uma das principais características das artes árabes é a riqueza de ornamentos e com a música e a dança não é diferente, são numerosas em detalhes, são rebuscadas e possuem uma forte conexão com as emoções e com a alma.

Uma das características que mais diferencia a música oriental da ocidental são os modos, na música oriental existem mais de 400 escalas e isso é possível devido a não limitação de notas musicais sendo muito comum a utilização de quartos de tom. A essas escalas se dá o nome de “maqan” e para cada “maqan” podemos associar diferentes sensações, ou seja, existem “maqans” que enchem nossos corações de alegria, outros de tristeza, outros de nostalgia, espiritualidade, força, paixão, sono, euforia... Outra característica já citada anteriormente é a melodia tocada em uníssono por todos os instrumentos. Não podemos deixar de citar também as “taksins”, que são improvisos de cada instrumento dentro de um determinado “maqan” com ou sem base rítmica. E por falar em ritmo, não podemos deixar de citá-los pois são inúmeros podendo uma só música contemplar vários ritmos diferentes. São muitos detalhes além destes que vão moldar a música árabe, mas acredito que estes sejam os principais.

A Dança Oriental segue também pelo mesmo caminho, e uma das características mais interessantes é sua conexão o tempo todo com a música, acompanhando cada nota, cada ornamento e humor. Na dança precisamos nos entregar para música tal como uma mulher se entrega ao seu amado, precisamos respirá-la, senti-la, amá-la e nos envolver com ela explodindo toda esta emoção no movimento do corpo.

Uma adequada leitura dos ritmos e maqans também são essenciais para uma boa dança, cada ritmo tem uma contagem, ginga e cadência própria que serão traduzidas nos passos da dança, e a colocação destes passos também depende, além do ritmo, da instrumentação utilizada e do “maqan”. Um exemplo clássico é o ritmo “Said”, não é porque a música entrou neste ritmo que existe uma necessidade de usar passos folclóricos, outros aspectos precisam ser observados, principalmente os instrumentos e o contexto da dança. Existem também passos que não “casam” com determinados ritmos, por exemplo, o básico egípcio não “casa” com o Laff (Malfouf), apesar de “dar para fazer”, não é apropriado pois o passo completo se dá em 4 tempos e o ritmo Laff é binário. Além da questão técnica e matemática, um aspecto que eu costumo utilizar muito nos meus estudos de passos e ritmos é o histórico de um determinado ritmo, de qual região provém, para quais rituais era tocado, em quais culturas podemos encontrá-lo, e daí vou puxando o fio da meada que muitas vezes se enrosca, mas sempre acabo descobrindo coisas fascinantes.

Enfim, o estudo da dança e da música oriental é infindável, porém nos proporciona momentos intensos de prazer e emoção, pois nos remete a uma busca das nossas próprias origens como seres divinos que somos, e nos possibilita entender o que muitas vezes não conseguimos entender com a razão, mas sim com as nossas almas, basta fechar os olhos e sentir.

Para quem quiser saber mais, ofereceremos dois cursos em Maio/2010 relacionados ao assunto:

23/05 (domingo) das 15h as 19h – “Um Encontro com a Música Árabe” com Sami Bordokan
História da Música Árabe, sua estrutura, instrumentos, ritmos e escalas. Destinado a praticantes da dança do ventre, músicos e interessados na cultura e música árabe.

30/05 (domingo) das 15h as 19h – “A Dança na Música Árabe” com Sami Bordokan e Cristina Antoniadis
Reconhecimento e leitura de taksins e principais ritmos da música oriental. Destinado a praticantes da Dança do Ventre.

Informações – (11)3867-1738 ou 7274-9040

7 comentários:

  1. Oi Cris querida! Como sempre seus conteúdos são muito ricos! Eu irei nos cursos! Um grande beijo
    Claudia

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  2. Cris, muito legal este artigo. A união da música com a dança é fundamental.
    Parabéns pelo blog!
    Um beijo, com carinho,
    Marcia Dib

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  3. Caí aqui de pára-quedas e adorei! Parabéns pelo espaço! Passe para conhecer meu blog também!
    bjks
    Suheil

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  4. eu indico o curso o sammy é muito bom eu troce ele aqui pra aju em 2000, o conhecimento de teoria musical oriental realmente ajuda muito no trabalho com o corpo

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  5. Claro e conciso, próprio de quem sabe do que está falando. Assim pode-se definir o Work do Sami sobre a Musica Oriental. Além da paixão que ele coloca na sua música. Aliado ao Trabalho da Cris, na complementação"A Dança na Música Árabe" no domingo seguinte, demonstrando o casamento perfeito entre a Música e a Dança. Valeu a pena. Parabéns aos dois!

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  6. Linda como sempre!

    Seus gestos, sua DANÇA, suas palavras...

    Parabéns!

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